16 de novembro de 2007

Pirâmide invertida

Depois de aprender sobre as ferramentas de texto, comecei a questionar a eficiência da pirâmide invertida aprendida na faculdade. E esta semana li um artigo do Roy sobre isso. Segue trechos:

(...) Don delivers fiery orations condemning the pyramid to writer's hell. He argues that it is the "worst" story form in the "history of the world" because it persuades readers that if they keep reading, the story will get worse and worse, less and less interesting. There is some truth to this of course, but Don manages to try to turn a rigid old orthodoxy -- the pyramid rules! -- into a rigid new one -- the pyramid drools!

Sorry, Mr. Doody Head, there is no such thing as a bad story form. It becomes bad only when it is overused, overlong or misapplied.

(...)The test of its pyramid status is that the reader can stop reading at any time without missing something crucial, and that a writer or editor can cut from the bottom without distorting the message or meaning.The key to me is that this story holds my interest from beginning to end, and I do not feel the need to read a sentence more.

To write a good inverted pyramid story, consider these strategies:

- Keep it short. (If it's much longer than the example above, it probably needs a different structure.)
- Even though the end is less important than the beginning, hold a couple of nuggets for the ending to reward the reader. (In this case it's the introduction of Wild Bill Hickock.)
- Place the background information near the end, but not at the end.
- When you revise, make sure you've placed at least one interesting element per paragraph.
- When you run out of interesting elements, STOP.

19 de setembro de 2007

Campanha: acabe com seu que, muito, já...

Que, muito, já, mais, não, mas, é e outros verbos de ligação grudam nas palavras e infestam os textos.
Na maioria das vezes, são desnecessários. São recusos simples para escrever da forma mais fácil - mas não da melhor.

Fulano de Tal é contratado por muitas empresas para ajudar a rever os processos de vendas.

Quem disse que são muitas empresas?

O Fulano não deu o número de empresas que o contratam. O muitas, nesse caso, é só vício.

5 de setembro de 2007

Ordem direta

As notícias nos jornais às vezes me assustam. Não pelo conteúdo, mas pela forma como são escritas. Vide título abaixo, tirado do G1.

CRUZ VERMELHA TENTA RECUPERAR CORPOS DE REFÉNS DAS FARC MORTOS

Ainda bem que os corpos estão mortos!

Como diz Roy, nas 51 ferramentas de textos: “Beware of adverbs. They can dilute the meaning of the verb or repeat it.”

Nesse caso, o substantivo “mortos” é desnecessário. A menos que o repórter quisesse dizer: Cruz Vermelha tenta recuperar corpos de reféns mortos pelas Farc.

Na mesma matéria, outra lição.

“A missão do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) encarregada de recuperar os corpos de 11 ex-deputados colombianos mortos enquanto estavam em poder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) continuou seus trabalhos hoje no sudoeste do país.”

O Roy diz: “Begin sentences with subjects and verbs, letting subordinate elements branch to the right. Even a long, long sentence can be clear and powerful when the subject and verb make meaning early.”

Seguindo esse conselho, o repórter perceberia que a notícia é outra. A Cruz Vermelha ainda não conseguiu recuperar os corpos de 11 ex-deputados...

Ah, como a Cruz Vermelha não recupera ninguém... eu acrescentaria os funcionários, os agentes, os técnicos, os médicos, os legistas da Cruz Vermelha.

27 de junho de 2007

Foreshadow

Foreshadow é uma ferramenta para antecipar coisas importantes do texto, coisas que o leitor precisa conhecer antes delas serem explicadas lá pra baixo.

O Labirinto do Fauno mostra bem duas foreshadows: uma é o relógio do coronel, outra é a faca da Mercedes.

No começo do filme, somos apresentados a esses objetos. No começo, eles parecem simples objetos. Depois, entendemos sua importância.